A FALTA DE PATROCÍNIO MATA O ESPORTE. SERÁ? - POR JOSÉ ESTEVÃO COCCO 23/4/2012
Assim como as crises econômicas são a grande desculpa dos incompetentes, a falta de patrocínio é a eterna desculpa dos dirigentes, administradores e promotores de eventos esportivos para justificar seus desatinos.
Agora mesmo, recebo uma notícia de que a falta de patrocínio acaba de enterrar mais um evento brasileiro.
Quando foi lançada a Lei de Incentivo ao Esporte, federal, todos acharam que ela seria a salvação do esporte brasileiro.
Tive a oportunidade de escrever artigo e realizar o 1º Fórum sobre lei de incentivo, no mesmo momento em que a Lei era feericamente anunciada.
Previ naquele momento que, se não houvesse uma profissionalização dos players do mercado e dos próprios responsáveis pela regulamentação e administração da tal Lei, nada iria mudar. Ao contrário, piorou para as empresas sérias de marketing esportivo.
Qual o motivo? Dizia eu na época que os projetos deveriam atender a duas leis básicas: a Lei de Incentivo e a implacável Lei de Mercado.
Dito e feito. Cerca de quase 70% dos projetos aprovados para captação micaram e micam na mão dos proponentes, pelo simples e cabal motivo de que o mercado não vai ceder a sua marca, mesmo que não gaste um tostão com isso, para projetos sem começo, meio e fim. Pior, sem credibilidade.
Como o papel aceita tudo e os burocratas e técnicos de plantão também, vêm ao mercado projetos inviáveis técnica e financeiramente.
Faltando objetivos, conceitos, adequação, oportunidade, credibilidade e, principalmente, planejamento.
São projetos completamente ao contrário da principal lei de marketing: os projetos devem vir do mercado para a empresa e não da empresa para o mercado. Foi-se o tempo, e bota tempo nisso, que os produtos e serviços deixaram de ser impostos ao mercado. O custo da mídia atual não permite isso.
Quaisquer produtos, serviços ou eventos sem adequação e sem objetivos mercadológicos cristalinos estão fadados a naufragar. A não ser aqueles bancados politicamente por estatais ou governantes sem a mínima necessidade de salvaguardar suas marcas e suas imagens.
Depois do fracasso, inevitavelmente vem a grande desculpa: a falta de patrocínio matou o meu projeto. E fica a grande pergunta: será que o projeto estava apto a receber patrocínios ou estava baseado na máxima corrente de que o patrocínio paga tudo?
Será?
José Estevão Cocco
Diretor-presidente da J.Cocco Sportainment Strategy
Presidente da Academia Brasileira de Marketing Esportivo – ABRAESPORTE
Conselheiro da Associação de Marketing Promocional – AMPRO
Membro da Academia Brasileira de Marketing – ABM
|